Recebe este nome por ser confeccionada em tronco de madeira inteiriço, esculpido no formato de uma viola e escavado na parte que corresponde à caixa de ressonância. Esse instrumento é feito da mesma maneira como se faz um cocho, objeto lavrado em um tronco maciço de árvore usado para colocar alimentos para animais na zona rural. Nesse "cocho" é afixado um tampo e as partes que caracterizam o instrumento, como o cavalete, o espelho, o rastilho e as cravelhas. Algumas violas possuem um pequeno furo circular no tampo, outras não. A viola sem furo é recente. Segundo alguns violeiros, a viola com furo dava muito trabalho, porque sempre entravam, por este furo, aranhas e outros animais, prejudicando o som do instrumento




A VIOLA DE COCHO
A palavra cocho, para o homem do campo, identifica uma tora de madeira escavada, formando uma espécie de recipiente. O cocho é muito utilizado para se colocar sal para o gado, nas pastagens das fazendas.
A viola de cocho, encontrada no pantanal do Mato Grosso, recebe este nome porque é confeccionada em um tronco de madeira inteiriço, esculpido no formato de uma viola e escavado na parte que corresponde à caixa de ressonância. Nesse "cocho" é afixado um tampo e as partes que caracterizam o instrumento, como o cavalete, o espelho, o rastilho e as cravelhas.
Algumas violas possuem um pequeno furo circular no tampo, outras não. A viola sem furo é coisa recente. Um violeiro justificava que a viola com furo dava muito trabalho, porque sempre entravam, por este furo, aranhas ou outros bichos, prejudicando o som do instrumento. Já os violeiros antigos preferem-na com o furo, pois, no dizer de um deles, o furo é prá voiz ficá mais sorta, sem o furo a zoada fica presa.
Este instrumento sempre se apresenta com cinco ordens de cordas simples; bem antigamente, com quatro simples e um par de cordas. São várias as madeiras utilizadas: para o corpo do instrumento, a Ximbuva e o Sarã; para o tampo, raiz de Figueira branca; e para as demais peças, o Cedro.
As violas armam-se com quatro cordas de tripa e uma revestida de metal. Atualmente, as cordas de tripa estão sendo substituídas por linhas de pescar - segundo os violeiros, bem inferiores às de tripa -, devido à proibição de caça na região do pantanal.
A viola de cocho é um instrumento bem primitivo, não se sabendo, ao certo, sua origem. Alguns estudiosos defendem a tese de ela derivar-se diretamente do alaúde árabe.
O número de trastos ou pontos varia entre dois ou três. Quando a viola possui três trastos, o intervalo ente eles é de semitom; quando possui dois trastos, o primeiro é de tom e o segundo de semitom. Os trastos são feitos de barbantes revestidos com cera de abelha para se fixarem melhor.
A colagem das partes é feita usando o sumo da batata de Sumaré (espécie de orquídea selvagem) ou um grude feito pelo cozimento de "pocas" de piranhas (bexiga natatória, pequena tripa cheia de ar).
A viola de cocho é usada para o Cururu e o Siriri, funções bem populares em Mato Grosso, assim como para o Rasqueado. Existem duas afinações, uma se derivando da outra, a "canotio solto" e a "canotio preso".
São vários os animais cujas, tripas se prestam à confecção de cordas. Os preferidos são: o Ouriço-Cacheiro (Porco-Espinho), o Bugio (macaco de grande porte), a Irara e o Macaco-Prego. A tripa de gato, apesar de dar boa corda, não é usada pelos violeiros pois, segundo eles, surgem muitas brigas entre os cururueiros. A do Macaco-Prego é muito usada, mas somente na época em que ele não está comendo formigas, pois, no dizer dos violeiros, as tripas ficam cheias de nós, provenientes das picadas destas, quando engolidas vivas.
Neste disco, utilizei um típica viola de cocho, presenteada por um artesão, cururueiro.
Texto e Pesquisa de Roberto Corrêa
Extraído do livreto do CD "Uróboro" (1994)

PANTANAL
Maior planície alagável do mundo com 230.000 km², que recebeu da Unesco os títulos de Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade, o Pantanal impressiona pela diversidade de fauna e flora.
O Pantanal tem uma enorme importância ecológica por abrigar um dos mais ricos ecossistemas do planeta, com florestas perenes periodicamente inundadas. A grande diversidade de seres vivos faz do Pantanal um dos melhores lugares para a observação de flora, fauna, animais e para a prática da pesca. Passeios a cavalo e de barco, safáris fotográficos em veículos 4x4, a cavalo ou em canoas, são os principais programas para quem quer conhecer a exuberância pantaneira.
No Pantanal as águas definem o ritmo de vida dos homens e do animais.
Durante o período de chuvas, entre dezembro e abril, os animais buscam refúgio nos pontos mais altos e a vegetação fica mais exuberante. No período da vazante, as águas baixam revelando belezas que estavam ocultas. Este ciclo se repete ano após ano produzindo um dos maiores espetáculos da vida natural, simplesmente inesquecível.
O Pantanal nasce em Mato Grosso mas se estende a Mato Grosso do Sul, Bolívia e Paraguai. A diversidade da fauna é considerada uma das maiores do planeta. São 650 espécies de aves, 262 espécies de peixes, 1.100 espécies de borboleta, 80 espécies de mamíferos e 50 de répteis, bem como mais de 1700 espécies de plantas. Entretanto esses números variam, pois ainda são descobertas novas espécies constantemente.
Os principais rios que formam o Pantanal são o Paraguai, Cuiabá, São Lourenço e Piquiri, mas há milhares de corregos e corixos que abrigam grande variedade de espécies de peixes de todos os tamanhos.
http://www.coisasdematogrosso.com.br/site/matogrosso/index.asp?cod=13






A castanheira é uma das árvores mais belas do Brasil, nativa da região amazônica, podem ter de 30 a 50 metros de altura.


Do nascer do sol, na Costa Atlântica, ao pôr-do-sol, na Chapada dos Guimarães (MT), o Brasil se abre em vários ecossistemas e rara beleza.





O Pantanal é uma planície sedimentar situada na região central da América do Sul, estendendo-se no Brasil por uma área de 168.000 Km², nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, entre encostas do planalto central, a leste, norte e sul, e elevações pertencentes ao sistema andino, a oeste.
Geologicamente, trata-se de uma depressão localizada na região de contato entre o escudo brasileiro e o sistema andino, resultado, segundo diferentes autores, da fragmentação ou erosão dessas estruturas durante a formação do relevo local, iniciada no período Cretáceo Superior, a mais ou menos 80 milhões de anos. No entanto, os fatos mais relevantes que possibilitaram a colonização do Pantanal pela flora e fauna observadas atualmente, vieram a se processar nos últimos 30 mil anos, com a formação do relevo, de sua rede hidrográfica e o aumento da umidade.
O relevo apresenta atualmente modestas elevações alongadas (cordilheiras) ou circulares (capões) e morros isolados, canais de escoamento permanentes (rios) ou temporários (corixos), planícies inundadas e lagoas (baías).
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